MPT, MTE e setor frigorífico bovino e suíno do Estado estabelecem agenda de debates

Encontro se concentrou em principais aspectos objeto de fiscalização de força-tarefa do MPT e MTE no setor, iniciada em março

     Reunião realizada nesta quarta-feira (3/6), na sede do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em Porto Alegre, estabeleceu agenda de debates entre governo, empresários e trabalhadores de frigoríficos de carne bovina e suína no Rio Grande do Sul. O encontro foi coordenado pelo superintendente do MTE no Estado, Flávio Zacher, contando com a participação do procurador do Trabalho Ricardo Garcia, coordenador estadual do projeto do Ministério Público do Trabalho (MPT) de Adequação das Condições de Trabalho nos Frigoríficos, e do auditor-fiscal do Trabalho Mauro Müller, coordenador estadual do Projeto Frigoríficos do MTE-RS.

Reunião estabeleceu agenda de discussões paralelas às inspeções fiscais, que seguem seu cronograma
Reunião estabeleceu agenda de discussões paralelas às inspeções fiscais, que seguem seu cronograma

     Foram abordados, entre outros assuntos, irregularidades encontradas em frigoríficos nas 12 ações fiscais já realizadas pela força-tarefa no Estado, tanto em bovinos quanto em avícolas, bem como exemplos de adequações rápidas e de custo reduzido. Também foram abordados aspectos da segurança do trabalho no setor, regulada pela Norma Regulamentadora (NR) nº 36, e da segurança em máquinas, regulada pela NR 12. O superintendente do MTE enfatizou a abertura ao diálogo com empresários e trabalhadores do setor e explicou que os auditores-fiscais do MTE não podem realizar visitas com caráter de consultoria aos estabelecimentos, sendo obrigados, ao verem irregularidades, a autuarem a empresa.

     De acordo com o procurador Ricardo Garcia, não haverá alteração do cronograma de fiscalizações. Com o encontro, estabelece-se uma agenda de debates em paralelo às ações fiscais. “O Ministério Público não está disposto a prejudicar uma empresa além do que seja estritamente necessário para o cumprimento da Lei”, explicou ele. “Mesmo as interdições realizadas pelo MTE só acontecem quando são obrigatórias, por serem atos administrativos vinculados, em que a legislação não oferece alternativas”. Além disso, de acordo com ele, as fiscalizações são transparentes e todos os interessados têm acesso aos relatórios fiscais no site do MPT-RS. Ele convidou representantes do empresariado para também acompanharem as inspeções e verem a dinâmica fiscalizatória, que inclui movimento sindical e órgãos de promoção da saúde e segurança no trabalho.

     De acordo com o auditor-fiscal Mauro Müller, observa-se nas ações fiscais o despreparo das empresas. “O que ocorre é que muitos frigoríficos, tendo conhecimento da força-tarefa em andamento, não procuram se antecipar, diagnosticar e resolver seus problemas. Também é fundamental destacar que a NR-36, publicada há mais de 2 anos, regula todas as atividades do setor, e não apenas pausas de trabalho. Percebemos estabelecimentos que estão muito atrasados, especialmente na parte de máquinas e ergonomia. Da parte do MTE, continuamos com a disposição de conversar com os empresários e trabalhadores e buscar soluções, que existem no mercado”, explica. O auditor destaca a experiência positiva da JBS, que constituiu grupo de inspeções próprio, e sugere que as empresas sigam o exemplo, conheçam os focos de insegurança de seus ambientes e os corrijam.

     O presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Rio Grande do Sul (Sicadergs), Ronei Alberto Lauxen, por sua vez, informou que se encontra em implementação em alguns frigoríficos a divisão das peças de carne, de modo a diminuir o peso transportado por trabalhador, evitando problemas de ergonomia. Participaram do encontro o Sicadergs, a Federação das Indústrias (Fiergs), o Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado (SIPS-RS), a Federação da Agricultura do Estado (Farsul), a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (FTIA) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins (CNTA).

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Texto: Luis Nakajo (analista de Comunicação)
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Tags: Junho

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