☎️ O atendimento ao público, no horário de expediente, pelos seguintes telefones. O MPT-RS também atende por canais online.

PRT Porto Alegre (51) 3252-1500
PTM Caxias do Sul (54) 3201-6000
PTM Novo Hamburgo (51) 3553-7250
PTM Passo Fundo (54) 3316-4300
PTM Pelotas (53) 3310-7700
PTM Santa Cruz do Sul (51) 3740-2550
PTM Santa Maria (55) 3174-1200
PTM Santo Ângelo (55) 3931-3300
PTM Uruguaiana (55) 3414-4800

⚠️ Recomendação nº 1/2024: emissão gratuita de atestados de exposição a enchentes
⚠️ Recomendação nº 2/2024: adoção de medidas trabalhistas alternativas e diálogo social
⚠️ Recomendação nº 3/2024: adoção de medidas de saúde e segurança do Trabalho em atividades de retomada

Em palestra na Escola Judicial, procurador explica os principais obstáculos ao combate aos acidentes de trabalho

Procurador do Trabalho Philippe Gomes Jardim, coordenador nacional da Codemat, falou sobre o tema em seminário da EJ, na última sexta-feira

     O coordenador nacional da Coordenadoria de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho (Codemat), do MPT, procurador do Trabalho Philippe Gomes Jardim, participou, na última sexta-feira (7/11), do Seminário de Direitos Humanos, promovido pela Escola Judicial (EJ) do Tribunal Regional do Trabalho (TRT4). A palestra teve mediação do desembargador José Felipe Ledur, diretor da EJ. O procurador falou sobre trabalho seguro.

     De acordo com o procurador, no caso dos acidentes de trabalho, a primeira barreira a ser combatida é conceitual, e está no próprio termo utilizado: “acidente” dá a ideia de algo que ocorre por acaso. “Na verdade, todo acidente de trabalho pode e deve ser previsto pela empresa”, explica. Por isso, a gestão de riscos é apontada como uma atividade prioritária para a garantia do trabalho seguro.

Procurador Philippe Gomes Jardim, durante palestra; à mesa, a juíza do Trabalho Maria da Graça Bonança Barbosa e o desembargador José Felipe Ledur
Procurador Philippe Gomes Jardim, durante palestra; à mesa, a juíza do Trabalho Maria da Graça Bonança Barbosa e o desembargador José Felipe Ledur

     O segundo problema é a monetização do risco. No Brasil, a legislação optou por remunerar os riscos sofridos pelo trabalhador através dos adicionais de insalubridade e de periculosidade. O problema desta opção é que ela pode levar à falsa percepção de que o problema está resolvido, e acabar legitimando a exposição do trabalhador ao risco. Como na prática é impossível proibir por completo atividades insalubres e perigosas, o procurador propõe algumas saídas para diminuir os riscos nessas situações. Entre elas: a alternância de funções entre os trabalhadores, a limitação da carga horária, e a proibição de horas extras.

     Philippe utilizou o neologismo “epeização” para se referir a outro problema enfrentado nessa área: a ideia equivocada e recorrente de que promover saúde e segurança no ambiente de trabalho se resume a fornecer equipamentos de proteção individual (EPI) aos trabalhadores. O fornecimento do EPI é importante, mas ocupa o último lugar na hierarquia das medidas preventivas, depois da gestão de riscos e da adoção dos equipamentos de proteção coletiva (EPC). “Mas há, no senso comum, a ideia de que basta fornecer o EPI. Esse equívoco está a serviço de um processo de individualização da responsabilidade. Alega-se que o trabalhador sofreu o acidente, porque não estava usando o EPI, e ignora-se que a empresa não realizou a gestão de riscos e não adotou o uso de EPCs”. Campanhas recentes do MPT buscam superar essa noção equivocada, destacando a importância da gestão de riscos. Os acidentes de trabalho podem ser evitados, e cabe à empresa prevê-los através de uma gestão eficiente.

Campanha do MPT-RS, em slide da apresentação do procurador
Campanha do MPT-RS, em slide da apresentação do procurador

     A seguir, o procurador falou sobre os projetos e ações do MPT na área de segurança do trabalho. Os projetos da Codemat se concentram em atividades onde os riscos são mais elevados: o uso do amianto, o trabalho em geral na construção civil, o trabalho nos frigoríficos e no setor sucroalcooleiro. Nesse último, o procurador destacou o grande número de trabalhadores que se encontram em situação análoga à escravidão. Ao final da palestra, comentou algumas ações que também são feitas na Justiça do Trabalho e sugeriu práticas que podem ser adotadas, reforçando a ideia de que os órgãos devem se unir para a garantia do trabalho seguro. Como exemplos de práticas que podem ser adotadas pela Justiça do Trabalho, o procurador enumerou: a determinação judicial para a emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), em caso de reconhecimento de acidente do trabalho; a criação de lista das empresas com o maior número de acidentes do trabalho; e a proibição de leilão judicial de máquinas e equipamentos que descumpram a Norma Regulamentadora (NR) nº 12.

     Além do procurador, participaram do seminário a juíza do Trabalho Maria da Graça Bonança Barbosa (TRT15), que abordou o tema "trabalho escravo", a procuradora regional do Trabalho Margaret Matos de Carvalho (MPT-PR), que abordou o tema"trabalho infantil", e o auditor fiscal do Trabalho Vanius João de Araujo Corte (GRTE-Caxias do Sul), que falou de "trabalho do imigrante".

Com informações do TRT4
Fotos: Inácio do Canto (Secom/TRT4)
Texto: Luis Nakajo (analista de Comunicação)
Supervisão: Flávio Wornicov Portela (reg. prof. MTE/RS 6132)

Tags: Novembro

Imprimir