MPT-RS apresenta balanço de ações de 2019

Projetos realizados em parceria com outros órgãos e destinações de recursos à comunidade local são destaques; órgão recebeu mais de 6.400 novas denúncias de irregularidades trabalhistas no ano

      O Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Sul (MPT-RS) registrou, em 2019, 6.401 novas denúncias de irregularidades trabalhistas, 58,8% delas contendo reclamações de infrações de direitos básicos, como pagamentos e remuneração (23% do total), duração de jornada (21%), registro de empregados (16%) e pagamentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e de contribuições previdenciárias (9%). Em 2019, em sua atuação em prol dos direitos do trabalhador e do cumprimento da legislação trabalhista, o órgão ajuizou 255 novas ações judiciais e firmou 735 termos de ajuste de conduta (TACs) com empregadores do Estado. As irregularidades específicas mais denunciadas continuam sendo relativas a meio ambiente de trabalho (presentes em 28% das denúncias).

      O órgão atuou em 44 casos como mediador de conflitos entre representantes de empregados e empregadores, e como incentivador de políticas preventivas ou atuando em setores específicos da economia, através de 33 procedimentos promocionais, entre eles, por exemplo, a força-tarefa dos frigoríficos gaúchos, que, em seu sexto ano, realizou seis novas operações e formalizou quatro novos grandes acordos de adequações de fábricas à legislação, inclusive com previsão de reparação à comunidade local, através de destinações a projetos sociais das regiões de Bagé (Marfrig), Passo do Sobrado (Frigorífico do Sul), São Gabriel (Marfrig), Sarandi (Aurora Alimentos), Tapejara (Agrodanieli) e Venâncio Aires (Frigorífico Kroth).

       De acordo com o vice-procurador-chefe do MPT-RS, Gilson Luiz Laydner de Azevedo, os dados refletem a necessidade de manter e aprimorar a atuação da instituição no Estado, considerando, em especial, o grande número de denúncias relativas a meio ambiente de trabalho danoso à integridade e à saúde, física e mental, dos trabalhadores, bem como ao reiterado descumprimento, por parte de alguns empregadores, das obrigações legais resultantes dos contrato de trabalho, em prejuízo de seus empregados e suas famílias. Esta atuação institucional pode ocorrer, inclusive, na via da mediação, ou, também, por meio de projetos estratégicos aprovados pelos procuradores e procuradoras do trabalho, com o enfoque na prevenção, antes da repressão ou da restauração, do dano social.

      No Estado, 62 procuradores atuam na preservação das garantias fundamentais e sociais do trabalho, em procuradorias nas cidades de Porto Alegre, Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Pelotas, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santo Ângelo e Uruguaiana. Os números foram coletados no sistema MPT Digital.

Destaques do ano
      Em 2019, sete das nove unidades do MPT abriram cadastro para entidades beneficentes e órgãos públicos interessados em receber bens e serviços revertidos em decorrência de multas e indenizações por danos morais coletivos e difusos obtidas pelo MPT. No ano, várias delas foram beneficiadas com estas reversões.

     Na atuação promocional, o órgão realizou, pelo terceiro ano, o MPT na Escola, envolvendo 50 municípios gaúchos em atividades escolares sobre o combate ao trabalho infantil e promoção da aprendizagem. Com o objetivo de divulgar a causa, foi realizado, em parceria com o Clube dos Corredores de Porto Alegre (Corpa), pelo segundo ano, o circuito #ChegadeTrabalhoInfantil, composto de três corridas de rua, reunindo mais de 3 mil corredores. Também foram lançados, em parceria com a Transe Filmes, dois documentários sobre o assunto, "Ser Criança" e "Caminhos da Aprendizagem".

     Junto com os parceiros do Fórum Gaúcho de Aprendizagem Profissional do Rio Grande do Sul (FOGAP), o MPT-RS realizou a III Feira de Aprendizagem Profissional, em Porto Alegre, e a primeira edição do evento na Serra Gaúcha, em Caxias do Sul, convidando empresários e estudantes para conhecerem projetos de aprendizagem bem sucedidos e discutirem as dificuldades locais. Em parceria com as outras instituições da Comunidade Jurídico-Trabalhista de Porto Alegre, foram formadas pelo MPT-RS duas novas turmas de aprendizes profissionais do Projeto Pescar, que concluíram o curso de iniciação profissional em Serviços Administrativos.

     Em parceria com a Prefeitura de Porto Alegre, o MPT-RS realizou a 2º edição do Porto Orla Acessível, dias de atividades ao ar livre na nova orla do Guaíba, voltadas à conscientização dos direitos das pessoas com deficiência (PCDs) e da importância de sua inclusão na sociedade, inclusive no mercado de trabalho.

     Foram realizadas, junto com os parceiros do MPT-RS no Fórum Gaúcho de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos (FGCIA), audiências públicas com a comunidade de Alegrete, Santa Rosa e Palmeira das Missões.

     Foram firmados acordos de cooperação técnica, compromisso ou convênios com o governo estadual (prevenção de acidentes de trabalho), Banrisul (aprendizagem profissional na Administração Pública), Conselhos Regionais de Medicina e Enfermagem, Secretarias estadual e municipal de Saúde (intoxicação por agrotóxicos), e Secretaria Municipal de Saúde (notificação de acidentes de trabalho).

     Em dezembro, o órgão definiu metas de sustentabilidade e economia de recursos, como eletricidade, água e papel, para o próximo biênio, alinhando-se com o plano nacional de sustentabilidade.

 

2019 em números:

Denúncias: 6401

TACs celebrados: 735

Ações ajuizadas: 255

Mediações: 44

Procedimentos promocionais: 33

 

Denúncias por unidade do MPT-RS:

Porto Alegre

3.409

Passo Fundo

425

Santa Maria

303

Santo Ângelo

198

Pelotas

421

Uruguaiana

133

Caxias do Sul

516

Santa Cruz do Sul

548

Novo Hamburgo

448

Total

6.401

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Texto: Luis Nakajo (analista de Comunicação)
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Tags: Janeiro

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