MPT participa de primeira mediação que resulta em acordo entre empresa e trabalhadores sobre medidas emergenciais pós-enchente
O acordo foi firmado pela empresa que opera o transporte coletivo em Canoas
O Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Sul (MPT-RS), pelo procurador regional Marcelo Goulart, atuou no primeiro acordo entre empresa e trabalhadores em casos envolvendo prejuízos com as enchentes no Rio Grande do Sul. O Acordo Coletivo de Trabalho Emergencial foi firmado entre o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Canoas e a empresa Sogal após quatro sessões de mediação em formato híbrido conduzidas pelo vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT4), desembargador Alexandre Corrêa da Cruz, com a presença da juíza auxiliar da Vice-Presidência, Luciana Caringi Xavier.
O pedido de negociação foi feito pela Sogal, que opera o transporte coletivo em Canoas, na Região Metropolitana, alegando estar impossibilitada de realizar o serviço diante da calamidade pública, e, por consequência, com falta de recursos para honrar as obrigações trabalhistas.
O acordo coletivo trata de férias, vale-alimentação, abono de faltas para empregados desabrigados e manutenção do serviço e dos postos de trabalho indispensáveis.
Principais pontos do acordo
Concessão de férias individuais
- Empresa informará ao trabalhador sobre a antecipação ou concessão de férias vencidas, com antecedência de, no mínimo, 48 horas;
- Férias antecipadas ou vencidas não poderão ser gozadas em períodos inferiores a cinco dias corridos;
- Poderão ser concedidas pela empresa ainda que o período aquisitivo a que se referem não tenha transcorrido;
- Empregado e empregadora poderão, adicionalmente, negociar a antecipação de períodos futuros de férias, sempre por meio de acordo individual escrito;
- Empresa poderá suspender as férias concedidas, com antecedência de 48 horas, caso seja necessária retomada imediata da prestação de serviço;
- O adicional de 1/3 férias poderá ser pago após a sua concessão, até a data em que é devida a gratificação natalina;
- O pagamento da remuneração das férias poderá ser efetuado até o quinto dia útil do mês subsequente ao início do gozo do descanso;
Vale Alimentação e cesta básica
- No caso de concessão de férias ao empregado, este não terá direito ao recebimento de Vale Alimentação;
- O empregado só terá direito ao Vale Alimentação diário caso tenha efetivamente trabalhado;
- A empresa assume a obrigação de fornecer cesta básica, excepcionalmente nos meses de maio e junho, aos empregados que justificaram sua falta através de atestado emitido pela Defesa Civil e que ultrapassaram o limite de três dias (tempo estabelecido na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria);
Desabrigados
- Trabalhador comprovadamente desabrigado deverá ser priorizado pela empresa para fins de agilização na implementação das medidas indicadas no presente Acordo Coletivo de Trabalho Emergencial;
Atestados
- Atestados emitidos até 9 de junho pela Defesa Civil serão considerados válidos e abonados pecuniariamente.
Confira aqui a íntegra do Acordo Coletivo de Trabalho Emergencial resultante das sessões de mediação.
Texto elaborado com base em notícia da Secom/TRT-4