Cerest indica riscos à saúde dos empregados do Hospital Mãe de Deus (Porto Alegre)
Há risco de contaminação com químicos e perfurocortantes, aponta relatório
Foi entregue ao Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Sul (MPT-RS) análise de saúde do Trabalho do Hospital Mãe de Deus, inspecionado pela força-tarefa do MPT entre 19 e 22 de julho. Durante a operação, foi observado o não uso de equipamentos de proteção individual (EPI) em várias situações e setores, entre eles o de Quimioterapia, o Centro de Materiais Esterilizados (CME), o setor de Radiologia (móvel) e a cozinha. As doenças osteomusculares e respiratórias são as principais causas de afastamentos do trabalho, justificados por atestados médicos. As causas mais frequentes de emissão de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) são os acidentes com materiais biológicos, seguidos por "quedas, torção, esmagamento".
O relatório também aponta que não é rotina do hospital o uso de perfurocortantes com dispositivos de segurança, colocando os empregados sob risco de contaminação. “As investigações de acidente de trabalho não são adequadas, direcionando as intervenções ao indivíduo e não ao ambiente e/ou processo de trabalho e/ou organização do trabalho”, explicam os técnicos dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerests) e Coordenadorias Regionais de Saúde (CRSs). Também há irregularidade nos exames médicos, periódicos e complementares, cuja marcação atualmente deve ser feita pelos próprios empregados. A responsabilidade, no entanto, é do empregador.
Os parâmetros observados na análise são, entre outros, os das Normas Regulamentadoras (NRs) 7 (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) e 32, voltada especialmente à proteção, segurança e saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral.
O relatório foi assinado pelo enfermeiro Cleber da Silva Brandão (Cerest Canoas), pela técnica de Segurança do Trabalho Daniela Ortiz de A. de Souza (5ª CRS), pelos médicos do Trabalho Maria Carlota Borba Brum (Cerest Estadual) e Rogério Alexandre N. Dornelles (Sindisaúde), e pela fiscal sanitária Solange Terezinha A. de Oliveira (8ª CRS), com coordenação da médica do Trabalho Adriana Skamvetsakis (Cerest Vales). Ele deve embasar procedimento do MPT, a ser distribuído a procurador do Trabalho de Porto Alegre.
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Texto: Luis Nakajo (analista de Comunicação)
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